quarta-feira, maio 25, 2011

Continuemos a nadar!


Continuemos a nadar!


               No filme Procurando Nemo (Pixar e Disney 2003), o peixe Marlin repete o verso de uma canção enquanto viaja pela grande barreira de corais da Austrália a procura de seu filho Nemo, que fora capturado por um mergulhador. “Continue a nadar, continue a nadar” é a canção que Marlin repete para si mesmo a fim de se encorajar ante todos os perigos que tem de enfrentar: tubarões, mares antes nunca navegados, correntes marinhas, a falta de notícias do filho e ainda os cuidados com Dory, uma atrapalhada companheira de viagem que sofre de perde de memória recente e isto o obriga a recomeçar cada dia contando o que estão fazendo e qual o seu objetivo.
                Desde o último dia 12 de abril, após o massacre de Realengo, tenho repetido essa canção para mim e a tenho lembrado aos meus amigos, pois todos estamos meio Marlin esses dias. “Continuemos a nadar, a nadar!”.
                O evento foge a toda tentativa de racionalidade que possamos mobilizar para entendê-lo. Vítima debullying foi uma primeira explicação, mas logo descartada por que se todos que fossemos vítimas de bullyingsaíssemos por aí atirando em escolas e crianças nem haveria mais escolas nem crianças. Com isso, não quero dizer que esse seja um problema menor. Ele é grave e sério e merece atenção e ação pedagógica tanto por parte de pais, como de educadores, psicólogos e promotores de infância e juventude. O que quero dizer é que obullying provavelmente é tão antigo quanto a própria escola, embora só recentemente tenha sido nomeado e venha recebendo tratamento, mas não é explicação para todo o qualquer problema de agressividade, nem explica o caso em pauta.  Resultado de vinculação a algum grupo religioso islâmico fundamentalista é hipótese já descartada por que não há contexto social reforçador de ações dessa natureza no Brasil, por mais que o agressor tenha acesso a internet. Hereditariedade, também não! Ou seja, as explicações mais plausíveis caem por terra se sobre ele só se jogam as luzes do materialismo racionalista.
                Para entender o evento e continuar a nadar, temos de considerar que ele faz parte de um golpe contra a cidade do Rio de Janeiro e, de modo geral,  contra o espírito pacifista dos brasileiros.  Vejamos que justo quando o Estado consegue desmontar a máquina dos traficantes, surge um inimigo sem rosto, com uma sanha assassina sem precedentes na história local. Por quê? Para desestabilizar, para fazer com que nos perguntemos onde estava Deus que permitiu tal barbárie?! São atingidas crianças que estão num local sagrado que é fonte de todas as expectativas do mundo ocidental: a escola! Nem os traficantes ousaram tanto! Vejamos que somente se considerarmos a ideia de obsessão é que poderemos explicar o caso. Esse evento é parte de uma trama desta ordem. E não estamos falando de uma obsessão simples, mas de um plano bem urdido para trazer a desordem, a descrença e barbárie.
                Contam os biógrafos de Chico Xavier que certa vez ele ficou muito impactado com um crime bárbaro ocorrido em Belo Horizonte, no qual um pai esquartejara o próprio filho.  Como o estado emocional demorava a se alterar para melhor, Emmanuel entrou em cena e esclareceu ao médium mineiro que eventos como esses são articulados pelas trevas para fazer a humanidade descrer em Deus (sic!). Isto mesmo: a coisa é organizada de lá para cá para ter um efeito devastador.
                Vejamos que todos os componentes nos levam a ver uma trama dessa ordem. Segundo a imprensa, trata-se de um jovem de hábitos isolados, de poucos amigos, provavelmente com baixa auto-estima, vítima debullying na infância/adolescência e que na vida adulta foi incapaz de superar a desfeita; provavelmente um aluno de mediano a sofrível, portanto, de pouca ou nenhuma visibilidade na escola; provavelmente um garoto que nunca jogou bola na rua ou teve de dividir seus brinquedos com alguém. Por outro lado, uma mente frágil, fascinada por atos espetaculosos, como o 11 de setembro, e vinculada a grupos religiosos com forte estrutura repressora e discurso frágil para explicar a complexidade do mundo. Provavelmente, também, um reencarnante com um passado vinculado a grupos de extermínio, cujo mergulho no mundo, como pessoa anônima, era exatamente para protegê-lo dele mesmo.   Juntemos tudo isto e vejamos que o rapaz foi o “médium” do escândalo, bem no sentido das palavras de Jesus “É necessário que o escândalo venha, mas aí daquele que o traga. (Mateus 18:7) É natural que num período de transição como este, escândalos surjam, ainda mais da magnitude deste cujo objetivo é abalar a fé no Ser superior soberanamente justo e bom. Portanto, infelizmente, o nosso irmão estava vinculado a esse tipo de sugestão e a levou adiante. Poderia não tê-la levado, mas levou!
                Vários indícios da sua triste e breve biografia falam de sua perturbação mental e das largas fronteiras entre loucura e obsessão. A carta testamento é confusa e incoerente em muitos trechos, sobretudo nas passagens que cita o discurso religioso. Como pode alguém ter fé em Deus e não titubear em matar o próximo e a si mesmo? Como alguém que está vinculado a um grupo religioso atenta contra a vida de outras pessoas? Por que matar mais meninas do que meninos? E por que matar na escola? Isso é resultado de muita perturbação usada somente para nos confundir.
                Felizmente, o evento gerou o efeito reverso, pois os movimentos pacifistas deram a  demonstração de que somente o amor vence o ódio quando várias pessoas foram pintar a casa onde morava o agressor e várias outras se manifestaram na internet lembrando que devemos orar por ele, tal como recomenda o texto Caridade para com os Criminosos, que está no Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XI, item 14.
Portanto, não obstante o evento, continuemos a nadar! Apesar do golpe, continuemos a nadar! Jesus está no leme e seu magnetismo nos atrai. Nossa fé não se abala! 

Texto de DENISE LINO (Campina Grande-PB) – extraído do http://www.campinaespirita.net/

Denise Lino de Araujo
 e-mail: linodenise@yahoo.com.br

Denise Lino é professora de língua portuguesa da Universidade Federal 
de Campina Grande - PB, com mestrado em Linguística Aplicada, 
pela Unicamp e Doutora em Educação pela USP.
Evangelizadora, expositora espírita desde os 20 anos 
(na evangelização começou mais cedo), se dedica particularmente 
a evangelização de juventude.
Atualmente dirije a Sociedade Espírita Joanna de Ângelis. 
Já esteve em Portugal e França a serviço do Espiritismo.


3 comentários:

  1. Nossa! É mesmo... uma mente frágil e de fácil obsessão! E a maioria de nós caí nesta armadilha, se revolta, perde a esperança! É muito triste mesmo... Gostei muito desta interpretação proposta, gosto de explicações "racionais" sobre fatos "inexplicáveis", por isso tenho a crença espírita! Esta explanação tem muito a ver com os assuntos abordados por um livro que eu li do Robson Pinheiro - A marca da besta - ele fala sobre como os espíritos sofredores se organizam e arquitetam esse tipo de coisa, fica aí a dica, ele é muito bom!

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  2. Passei para conhecer e fiquei
    bjs
    http://cadadiaumaconquista.blogspot.com/

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  3. Cadastre-se e envie seus link para um Agregador de Links Espiritas. Divulgue seu blog!

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