sexta-feira, janeiro 07, 2011

"Masturbação Mitos e Consequências segundo o Espiritismo"

"Masturbação Mitos e Consequências segundo o Espiritismo"
Jorge Luiz Hessen
Brasília/DF
jorge.loluhesse@gmail.com

          Muitas pessoas vivem angústias profundas em torno das diretrizes comportamentais naárea sexual e isso é compreensível em nosso estágio de humanidade. Por isso,escrevemos alguns argumentos sobre o tema, a fim de que possamos com a Doutrinaespírita aprender um pouco mais.
         O Espiritismo explica baseado no livre-arbítrio, no percurso de vidasanteriores e na evolução moral decada um, como estes assuntos devem ser tratados. Lembrando sempre que “cadacaso é um caso e muito particular”.
         Uma dessas ansiedades é a masturbação, que segundo Sigmund Freud, é envolvidaem muito preconceito, graças ao dogmatismo religioso que estigmatiza asexualidade. Vai distante a época em que se decretava que a masturbaçãoconduzia à loucura e ao inferno. Normal no adolescente que está descobrindo asexualidade, freqüente nos corações solitários, o problema é que ela favorece aviciação, aguçando o psiquismo do indivíduo com sensualidade avivada. Por outrolado, obsta a sublimação das energias sexuais, quando as circunstâncias nosconvocam à castidade, incitando-nos a canalizá-las para as realizações maisenobrecedoras. Vale dizer: há uma energia sexual que precisa ser controlada,não necessariamente através da prática sexual, mas direcioná-la a outrasatividades, inclusive a prática da caridade.
         A consciência nos sussurra que relação sexual presume dois parceiros. Oauto-erotismo não deixa de ser uma busca de “prazer” egoísta, por isso mesmo,toda prudência é imprescindível. Na área sexual, urge vigilância permanente,pois, na maioria das vezes ao se masturbar, a criatura não está tão solitáriacomo imagina. Espíritos das sombras, viciados no sexo, muitas vezes estimulameste vício solitário, prejudicando casais quando o parceiro opta pormasturbar-se. Entretanto, mister considerar que cada caso é um caso, semdesconsiderar jamais que o equilíbrio e a disciplina mental precisam seralcançados. Por isso o Espírito Emmanuel, no livro "O Consolador",questão 184, psicografado por Chico Xavier, orienta-nos que, “ao invés daeducação sexual pela satisfação dos instintos, é imprescindível que os homenseduquem sua alma para a compreensão sagrada do sexo”.
         O uso indevido de qualquer função sexual produz distúrbios, desajustes,carências, que somente a educação do hábito consegue harmonizar. Afinal, ohomem não é apenas um feixe de sensações, mas, também, de emoções, que podem edevem ser dirigidas para objetivos que o promovam, nos quais centralize os seusinteresses, motivando-o a esforços que serão compensados pelos resultadosbenéficos. 
         A vida saudável na esfera do sexo decorre da disciplina, da canalização corretadas energias, da ação física: pelo trabalho, pelos desportos, pelasconversações edificantes que proporcionam resistência contra os arrastamentosda sensualidade, auxiliando o indivíduo na conduta. Muitas pessoas consideram oprazer apenas como sendo uma expressão da lascívia, e se esquecem daquele quedecorre dos ideais conquistados, da beleza que se expande em toda parte e podeser contemplada, das encantadoras alegrias do sentimento afetuoso, sem posse,sem exigência, sem o condicionamento carnal. 
         Será que devemos depreender que o Espiritismo proíbe toda a atividade sexual?!De modo algum. O Espiritismo nada proíbe. Deixa ao livre-arbítrio, à decisãoconsciente de cada um a atitude a tomar. Limita-se a dar orientação e ademonstrar que atitudes mal tomadas dão intranqüilidade e insatisfação ecoloca-nos perante a realidade e vantagens do uso consciente da vida. 
         A Doutrina Espírita apresenta a sexualidade despida da conotação religiosadogmática que consagrou o sexo pecaminoso, sujo, proibido e demoníaco. Todavia,não legitima o enquadramento da sociedade atual que consubstanciou o sexo comoobjeto de consumo, devasso e trivial. A proposta espiritista é da energiacriadora que necessita estar sedimentada pela lógica e pelo sentimento, pelorespeito e entendimento, pela fidelidade e amor, a fim de propiciar aexcelsitude e a paz, ou seja, “Um sexo para a vida e não uma vida para o sexo!”
         Para Emmanuel, no livro “Vida e Sexo”, diante das proposições a respeito do sexo,é justo sintetizar-se todas as digressões possíveis nas seguintes normas: nãoproibição, mas educação; não abstinência imposta, mas emprego digno, com odevido respeito aos outros e a si mesmo; não indisciplina, mas controle; nãoimpulso livre, mas responsabilidade. Fora disso, é teorizar simplesmente, paradepois aprender ou reaprender com a experiência. Sem isso, será enganar-nos,lutar sem proveito, sofrer e recomeçar a obra da sublimação pessoal, tantasvezes quantas se fizerem precisas, pelos mecanismos da reencarnação, porque aaplicação do sexo, ante a luz do amor e da vida, é assunto pertinente àconsciência de cada um. 
         Ninguém se burila de um dia para outro. Conversões religiosas exteriores nãoalteram, de improviso, os impulsos do coração. Achamo-nos muito longe da metapara alcançar o projeto de acrisolamento sexual. A rigor, nenhum de nósconsegue se conhecer tão exatamente, a ponto de saber, hoje, qual o tamanho daexperiência afetiva que nos aguarda no futuro. Não há como penetrarmos nasconsciências alheias e cada um de nós, ante a Sabedoria Divina, é um casoparticular, no que tange ao amor, reclamando compreensão. Em face disso, muitosde nossos erros imaginários na Terra são caminhos certos para o bem, ao passoque muitos de nossos acertos hipotéticos são trilhas para o mal de que nosdesvencilharemos, um dia!...
         A energia sexual, como recurso da lei de atração, na perpetuidade do Universo,é inerente à própria vida, gerando cargas magnéticas em todos os seres, face àspotencialidades criativas de que se reveste. À medida que a individualidadeevolui, passa a compreender que a energia sexual envolve o impositivo dediscernimento e responsabilidade em sua aplicação. Por isso mesmo, deve estarcontrolada por valores morais que lhe garantam o emprego digno, seja na criaçãode formas físicas, asseguradora da família, ou na criação de obras beneméritasda sensibilidade e da cultura para a reprodução e extensão do progresso e daexperiência, da beleza e do amor, na evolução e burilamento da vida no Planeta. 
         Nas ligações afetivas terrenas encontramos as grandes alegrias. No entanto, étambém dentro delas que somos habitualmente defrontados pelas mais durasprovações. Embora não percebamos de imediato, recebemos, quase sempre, nocompanheiro ou na companheira da vida íntima, os nossos próprios reflexos.
         Analisemos o matrimônio, por exemplo, que pode perfeitamente ser precedido dedoçura e esperança, mas isso não impede que os dias subseqüentes, em sua marchaincessante, tragam aos cônjuges os resultados das próprias criações quedeixaram para trás. Parceiro e parceira, nos compromissos do lar, precisamreaprender na escola do amor, reconhecendo que, acima da conjunção corpórea,fácil de se concretizar, é imperioso que a dupla se case, em espírito - sempremais em espírito -, dia por dia. Até porque extinta a fogueira da paixão naretorta da organização doméstica, remanesce da combustão o ouro vivo do amorpuro, que se valoriza, cada vez mais, de alma para alma, habilitando o casalpara mais altos destinos na Vida Superior, até porque é o Espírito quem ama enão o corpo, de sorte que, dissipada a ilusão material, o Espírito vê arealidade que transcende à vida física.
         Urge considerar que a Vontade de Deus, na essência, é o dever em sua mais altaexpressão traçado para cada um de nós, no tempo chamado "hoje". E seo "hoje" jaz viçado de complicações e problemas, a repontarem do"ontem", depende de nós a harmonia ou o desequilíbrio do"amanhã". Destarte, o instinto sexual, exprimindo amor em expansão incessante,nasce nas profundezas da vida, orientando os processos da evolução. 
         Importa considerar que diante do sexo, não nos achamos, de nenhum modo, àfrente de um despenhadeiro para as trevas, mas perante a fonte viva dasenergias em que a Sabedoria do Universo situou o laboratório das formas físicase a usina dos estímulos espirituais mais intensos para a execução das tarefasque esposamos, em regime de colaboração mútua, visando ao rendimento doprogresso e do aperfeiçoamento entre os homens.
         Cada homem e cada mulher que ainda não se angelizou ou que não se encontre emprocesso de bloqueio das possibilidades criativas, no corpo ou na alma, traz,evidentemente, maior ou menor percentagem de anseios sexuais, a se expressarempor sede de apoio afetivo. É claramente nas lavras da experiência, errando eacertando e tornando a errar para acertar com mais segurança, que cada um denós - os filhos de Deus em evolução na Terra - conseguirá sublimar ossentimentos que nos são próprios, de modo a nos erguer, em definitivo, para aconquista da felicidade celeste e do Amor Universal. 

* Jorge Luiz Hessen é natural do Rio de Janeiro, residente emBrasília/DF. É Servidor Público Federal lotado no INMETRO de Brasília; Formaçãoacadêmica: Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História, Escritor(dois livros publicados) Jornalista e articulista com vários artigos publicadosna Revista O médium de Juiz de Fora, Reformador da FEB, O Espírita de Brasília(pertence ao conselho editor), do Jornal da Federação de Mato Grosso e doJornal da FEDERAÇÃO DO DF. Artigo gentilmente oferecido para publicação no sitedo Instituto Espírita Batuíra de Saúde Mental.  

7 comentários:

  1. Visão bem limitada. Hessen reduz a prática masturbatória como se a oportunização da vida afetiva fosse a solução. "Não é proibido, mas você deve direcionar as energias para outra área". Dá o tom de sujeira ao ato, sendo que não deixa de ser um modo de alívio físico àqueles que não podem ou não querem ou não conseguem ou mesmo não veem necessidade alguma em envolver-se com alguém para resolver a necessidade, sendo que todo centro de energia também incorre em manipulação e, nem por um momento, vejo espírita falando em educar as energias de outros chakras, afinal, não deixam de ser manipulações energéticas.
    Meu objetivo não é o de fazer alguém mudar de opinião, mas sim deixar aqui que, entre ser mais um espírita de pensamento medievo com sérias limitações e problemas de recalque e de reconhecimento da integridade da personalidade, é mais válido manter o ato.
    Masturbar não leva invariavelmente ao vício. Melhor abrir mao da perspectiva estreita e pseudocientífica e fazer uso do seu corpo como bem entender. Ou então, como alternativa, se condixicond até quando der, criando inúmeros complexos, e viver uma vida frustrada.
    Triste limitar as coisas desse jeito.

    Hessen infelizmente acha que há deturpação de Kardec, quando o próprio já falhou em outras ocasiões e gradativamente se mostra ultrapassado.
    Viva e deixe viver, com saúde, como bem se entender. "Ah, mas espíritos de baixa vibração ficam acompanhando o ato e já na relação sexual entre um homem é uma mulher casados e com amor, o quarto fica escoltado por espíritos nobres que protegem o casal": feliz ano 1318 a vocês. Enfim, pra quem gosta dessa visão pseudocientífica e mítica, que siga em frente, artigos como esse são um prato cheio.

    Novamente: não pretendo mudar a opinião de ninguém, só tento minimizar o desserviço de um artigo como esse, capaz de gerar complexos e complexos que vão levar tempo é bastante psicanálise para irem se desfazendo.

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    1. meu senhor, como um viciado em masturbação, que não me agregou nada, desprezo profundamente seu pon to de vista. Não sublima as energias, sim.

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  2. e no meu caso, com minha mediunidade aflorado sim, quando mais me masturbava era quando espíritos de baixa vibração acorriam a mim

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  3. Andrei, me desculpe pelas minhas respostas. Estava movido pela raiva quando escrevi. Se pudesse apagaria minhas postagens. Para compreender melhor seu ponto de vista, em que aspectos você considera Kardec ultrapassado?

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