Muito além das competências
Todos os professores anseiam por uma mudança radical que possibilite desenvolver competências em vez de passar conteúdos e fazer avaliações. Só que o rompimento do processo é gradual, mostrando resultados. Para isso é necessário muito estudo e práticas novas, mesmo tendo de cumprir os padrões exigidos pelo modelo atual-medieval.
É preciso entender que somos seres espirituais e que as diferenças não combinam com padrões. Pensar nisso já é um começo para desconstruir aos poucos os velhos métodos, unindo forças e grupos que pensam a mesma coisa para exigir as transformações que já estão começando, mesmo que ainda não as percebamos.
A burocracia existe, mas é necessário seguir novos modelos, procurando sempre avançar e não desanimar, nem se deixar levar pela revolta. O que vai resolver é a prática do conhecimento, rompendo barreiras, mesmo que isso tenha um custo elevado, pois os resultados compensam os desgastes e os enfrentamentos.
É preciso forçar a ruptura, sim, e não apenas ficar reclamando das obrigações impostas pelo sistema, pois há teóricos e pensadores que mesmo com as melhores das intenções ainda não entenderam essa necessidade de transformação e de impor uma nova ordem pedagógica, ou como disse Divaldo Franco, uma nova psicopedagogia.
Também não podemos exigir educação só para ricos ou esperar que o governo dê as ferramentas e os salários necessários para o trabalho dos educadores. Lutar por melhores condições é obrigação de todos, mas temos de ter a consciência de que educação cabe em qualquer lugar.
Junto com essas reivindicações temos que nos doar com muito amor pelos pequenos seres que todos os dias estão à nossa espera para crescer como espíritos que vieram para evoluir.
Ensinar a aprender e não apenas ensinar, despertando em cada indivíduo as suas potencialidades. Essa é a regra que o governo e o sistema, mais dia, menos dia, terão de engolir e apoiar.
As imposições burocráticas marginalizam, levam ao fracasso e impedem as mudanças. O que deve ser mudado todos já sabemos. Quebrar o paradigma da educação como um todo é obrigação de quem quer evoluir. Temos de rever tudo. Só isso. Como fazer, é outra história que pode começar em nós mesmos, em nossas consciências e em nossas competências.
A nova geração se recusa a aprender dentro dos velhos padrões da moderna educação.
Sem entender isso, vamos continuar reclamando, deixando tudo como está
Eugenia Maria é professora, jornalista e pesquisadora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário