segunda-feira, fevereiro 08, 2010

Artigo: BRINCAR CARNAVAL


BRINCAR  CARNAVAL    

Cel. Pedro de Almeida Lobo
 
       
Carnaval. A maior festa popular brasileira.
Outrora foi desprendido de segunda intenção esse divertimento coletivo.
Tanto nos grandes e luxuosos salões, como nos pequenos e humildes blocos de rua, a música e a dança eram o epicentro dos acontecimentos. Todos os anos, a partir do segundo semestre, havia fervoroso concurso de músicas carnavalescas. Frevos, sambas, marchinhas e marchas - ranchos cujas letras  traziam, nas suas intimidades críticas, jocosidades e até ingenuidade, sem apelar para a libertinagem, devassidão ou desrespeitos ético-morais.

Dentre os dias de folia eram realizados concursos de fantasias cada uma mais luxuosa do que as outras. As vencedoras tornavam-se capa das revistas e apareciam nos melhores jornais da época exibindo os sorrisos de quem a defendessem nas passarelas.

 O deplorável naquele tempo era o  lança-perfume cujo conteúdo era combatido por se tratarem, segundo a visão da época, de substância alucinógena ou coisa que o valha. Havia muita crítica a esse respeito. Pense bem se aqueles críticos julgassem as substâncias usadas atualmente?

A bem da verdade, o Carnaval, principalmente nas grandes cidades, ficou reduzido aos exibicionismos dos carros alegóricos, nos sambódromos   com as  escolas de samba invadidas pelo luxo  que nem sempre é provido por fontes lícitas.  Nas avenidas os trios elétricos barulhentos alimentados com ritmos descaracterizados do fim a que se proporia. Os pequenos blocos perderam suas expressões.

É inegável que agora tudo mudou para pior.
Não se ouve mais músicas de Carnaval. Foram substituídas pelo forró, pagode, Funk, etc. As fantasias pela nudez. O lança-perfume pelas drogas  ilícitas acompanhadas por farta distribuição de camisinhas.

Seja como for festejado, o  “reinado de momo”, algumas pessoas aproveitam-se dele para tirarem  ou colocarem máscaras,  onde a personalidade pode ficar controvertida e descompromissada com a ética porque a  imoral  fica camuflada pelas  trevas ardilosas do  anonimato.
Não é crime ou pecado brincar Carnaval desde que o faça com parcimônia. 

Pedro de Almeida Lobo é tenente coronel do exercito, representante da Cruzada dos Militares Espíritas de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (CME-MT/MS), dirigente e orador espírita em Campo Grande (MS)



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